Poemas
Lua de Pampa e de Mundo
Lua, Lua
do Pampa, do Plata,
da Ãndia, de Angola...
A lua ensaia há milênios
- em silêncio e placidez-
ao negroazul do tablado
quatro ensaios de nudez.
Lua, Lua
das matas, dos cerros,
da Espanha, do Alhambra...
A quem ousar decompô-la
por onde pense que leia
há de curvar-se. E beijá-la:
não existe lua feia.
Lua, Lua
De Lorca-Gitano,
de Fuentevaqueros...
A Lua não dorme à noite
e a si mesma não inspira
nem conspira insônia e sono:
apenas existe. E gira.
Lua, Lua
de Tapes, Durazno,
de Roma e Peruggia...
Em quietude ela se noiva,
com seu noturno disfarce.
Porém, por mais que se esconda,
mais o seu fim é mostrar-se.
Lua, Lua
da Calle Florida,
do Mar dos Açores...
Mas e se o Céu for um campo
onde um menino perdeu
a bola branca que gira
brincando nas mãos de Deus?
Lua, Lua
do Pampa, da Plata,
da Ãndia, de Angola,
das matas, dos cerros,
da Espanha, do Alhambra.
De Lorca-Gitano,
de Fuentevaqueros,
de Tapes, Durazno,
de Roma e Peruggia.
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